A mineração do Piauí vive um ciclo de expansão inédito, com crescimento superior a 400% e forte impacto na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). O grande destaque é o minério de ferro, cuja produção aumentou mais de 4.000% entre 2023 e 2024, alcançando mercados como China, Estados Unidos, México e Noruega.
As exportações somaram mais de US$ 35 milhões em 2024 e garantiram arrecadação superior a R$ 8 milhões em CFEM, dos quais quase R$ 4,6 milhões foram destinados diretamente aos municípios mineradores. Só em 2025, a arrecadação já passa de R$ 2,4 milhões, com R$ 1,3 milhão para cidades piauienses.
Segundo Bruno Casanova Cerullo, superintendente de Mineração e Energias Renováveis da Seplan, o avanço tem garantido empregos e novas oportunidades. Hoje, o Piauí possui reservas estimadas em 1 bilhão de toneladas de ferro e já produz 1 milhão de toneladas ao ano, ocupando a posição de 6º maior exportador de ferro do Brasil.
Além do ferro, o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) identificou mais de 30 ocorrências de minerais estratégicos na Bacia do Parnaíba, como terras raras, grafita, cobre, manganês e zinco — essenciais para a transição energética global.
Outro destaque é o projeto Piauí Níquel Metais, em Capitão Gervásio Oliveira, que deve iniciar operações em 2026, com produção média de 27 mil toneladas de níquel e 1.000 toneladas de cobalto por ano, gerando cerca de 3.500 empregos diretos e indiretos.
O secretário de Planejamento, Washington Bonfim, destacou que a iniciativa representa uma solução verde para cadeias de suprimentos sustentáveis e deve transformar a realidade da região. Para garantir o escoamento da produção, o estado aposta na construção do Porto Piauí, a menos de 100 km das novas reservas de minério.
