Mulheres são maioria entre médicos no Brasil pela 1ª vez

País chega a 635 mil médicos em 2025, com avanço de mulheres na profissão e projeção de mais de 1 milhão de profissionais até 2035.

Redação NX Notícias
30/04/2025 17h49 - Atualizado há 2 dias
Mulheres são maioria entre médicos no Brasil pela 1ª vez
Reprodução I.A

Pela primeira vez, o Brasil terá mais médicas do que médicos em atividade. Em 2025, o país contará com 635.706 profissionais da medicina, sendo 50,9% mulheres, segundo o relatório Demografia Médica no Brasil 2025, divulgado pelo Ministério da Saúde.

Esse crescimento é parte de uma tendência global. A expectativa é que até 2035 as mulheres representem 55,7% dos médicos brasileiros. Em 2009, elas eram apenas 40,5%.

Além da mudança de perfil, o país vive um crescimento acelerado da categoria. Nos últimos 12 anos, o número de médicos dobrou. Em 2010, eram 304 mil; hoje, são mais de 635 mil. Se esse ritmo continuar, o Brasil deve alcançar 1,15 milhão de médicos em 2035, com uma razão de 5,2 profissionais por mil habitantes. 

Desigualdade na distribuição

Apesar do aumento no número de médicos, a distribuição segue desigual. As capitais concentram a maior parte dos profissionais, com destaque para o Distrito Federal (11,83 por mil), Rio de Janeiro (8,11) e São Paulo (7,17). No interior, as médias caem: Sudeste (2,64), Sul (2,35), Centro-Oeste (1,58), Nordeste (0,95) e Norte (0,75).

Estados como Roraima (0,13) e Amazonas (0,20) apresentam os menores índices de médicos fora das capitais. A médica Heloísa Bonfá, da USP, defende a criação de uma carreira de estado para garantir maior presença no interior.

Mais cursos, mais médicos

A abertura de novas faculdades contribui para o crescimento. Em 2000, o Brasil tinha pouco mais de 200 mil médicos. Agora, ultrapassa 635 mil e deve seguir crescendo. A taxa atual é de 2,98 médicos por mil habitantes, maior que a dos EUA, mas ainda abaixo da média da OCDE (3,7).

Especialização

Atualmente, 59,1% dos médicos brasileiros são especialistas, abaixo da média internacional de 62,9%. Nos EUA, o índice chega a 87,9%.


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