Após 12 dias de confrontos intensos, Irã e Israel anunciaram um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos com apoio do Catar. O presidente americano Donald Trump confirmou o acordo na noite de segunda-feira (23) e alertou que ambos os lados já violaram os termos nas primeiras horas da trégua, que entrou em vigor à 1h da manhã (horário de Brasília) desta terça (24).
Os dois países declararam vitória. O presidente iraniano Masoud Pezeshkian afirmou que Teerã saiu vitoriosa de uma guerra "imposta pelo aventurismo de Israel", enquanto o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel obteve uma "vitória histórica", embora ainda precise derrotar o Hamas e resgatar os reféns mantidos em Gaza.
Os confrontos deixaram 610 mortos e mais de 4.700 feridos no Irã, segundo autoridades locais. Em Israel, 28 pessoas morreram. Foi a primeira vez que os sistemas de defesa aérea israelenses foram sobrecarregados por uma ofensiva massiva de mísseis iranianos.
Apesar do cessar-fogo, há incertezas quanto à sua estabilidade. Trump, que embarcou para a cúpula da Otan em Haia, disse estar "insatisfeito com os dois lados" e mandou um recado: “Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação.”
Com a trégua, o espaço aéreo iraniano foi reaberto, assim como o aeroporto Ben Gurion, em Israel. As Forças Armadas israelenses suspenderam as restrições à circulação no país.
Do lado militar, o chefe do Estado-Maior de Israel, Eyal Zamir, declarou que o foco volta a ser a Faixa de Gaza, com ofensiva contra o Hamas e tentativa de resgatar reféns. Gaza havia voltado a ser bombardeada por Israel em março, após breve pausa.
A negociação envolveu ligação direta de Trump com Netanyahu e atuação do Catar junto ao governo iraniano. Segundo fontes americanas, o Irã concordou com a trégua com a condição de não haver novos ataques de Israel. Acordo foi firmado após os EUA bombardearem instalações nucleares iranianas e o Irã responder com mísseis contra base americana no Catar.
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