Lula reage a interesse dos EUA e defende minérios do Brasil: “Ninguém põe a mão”

Presidente criticou aproximação dos EUA com setor minerador e afirmou que negociação sobre lítio e nióbio precisa passar pelo governo federal. Tensão cresce com proximidade de tarifas de Trump.

Redação NX Notícias
25/07/2025 00h19 - Atualizado há 1 dia
Lula reage a interesse dos EUA e defende minérios do Brasil: “Ninguém põe a mão”
Foto: Reprodução

Durante evento em Minas Novas (MG), nesta quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o interesse dos Estados Unidos em minérios estratégicos brasileiros, como o lítio e o nióbio. Em discurso firme, Lula declarou: “Aqui ninguém põe a mão”, em referência à soberania nacional sobre as riquezas minerais do país.

A fala ocorreu dias após Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada dos EUA, se reunir com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) para tratar de acordos envolvendo minerais usados em tecnologias como baterias, chips e energia limpa. O presidente do Ibram, Raul Jungmann, afirmou que os diplomatas demonstraram forte interesse no tema, mas deixou claro: “Essa é uma pauta do governo. Precisa ser tratada com o Planalto”.

A movimentação americana ocorre em meio à pressão do presidente Donald Trump por novos acordos globais de fornecimento de minerais estratégicos. Em abril, os EUA firmaram parceria com a Ucrânia envolvendo terras raras como parte do apoio à guerra contra a Rússia. Com o Brasil na mira e a poucos dias do fim do prazo para novas tarifas americanas, o clima entre os países se torna mais tenso.

“Só peço ao governo americano o mesmo respeito que tenho pelo povo dos Estados Unidos”, disse Lula, reforçando o tom diplomático, mas com firmeza sobre os limites da cooperação.

O Brasil possui uma das maiores reservas de minerais estratégicos do mundo, sendo o segundo país com maior volume de terras raras, atrás apenas da China. Além de nióbio e lítio, o país também concentra grafite, cobre e elementos essenciais à fabricação de turbinas eólicas, veículos elétricos, painéis solares e armamentos.

Especialistas alertam que, além da extração, é fundamental que o país avance no refino, na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia nacional. O governo federal já sinalizou que quer investir na industrialização do setor e buscar parcerias com centros de inovação.


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