O governo dos Estados Unidos, sob o comando do presidente Donald Trump, decidiu isentar celulares, computadores e outros eletrônicos das "tarifas recíprocas" anunciadas anteriormente. A decisão foi comunicada pela agência de Alfândega e Patrulha de Fronteiras dos EUA, que publicou um aviso na sexta-feira (11/4), detalhando que smartphones, semicondutores, células solares e cartões de memória estariam fora das tarifas, que, em alguns casos, poderiam chegar a 145%, especialmente nas importações provenientes da China.
A medida ocorre em meio a preocupações de empresas de tecnologia dos EUA, que temiam que o aumento nos custos de importação de produtos fabricados principalmente na China elevaria os preços dos aparelhos eletrônicos de forma drástica. Sem a isenção, estimativas indicaram que os preços do iPhone e outros dispositivos poderiam até triplicar.
Essas isenções aliviam o impacto sobre os consumidores americanos, que dependem da importação de produtos como iPhones, sendo o mercado dos EUA um dos maiores compradores de smartphones da Apple. De acordo com a Counterpoint Research, a Apple foi responsável por mais da metade das vendas de smartphones nos EUA no ano passado, e até 80% dos iPhones vendidos nos EUA são fabricados na China, com apenas 20% produzidos na Índia.
A isenção também se aplica a outros produtos tecnológicos fabricados na China, como dispositivos e componentes eletrônicos essenciais para diversas indústrias nos EUA. Entretanto, permanece a dúvida sobre a aplicação de uma tarifa de 20% sobre produtos de tecnologia da China, que não fazia parte das tarifas recíprocas inicialmente anunciadas.
A decisão de Trump ocorre em um contexto de intensas negociações comerciais, onde ele já havia anunciado uma série de tarifas elevadas sobre produtos importados de diversos países, com exceção da China. No entanto, Trump reverteu sua posição, impondo uma pausa de 90 dias nas tarifas elevadas, aplicando uma tarifa geral de 10% para os países que não retaliaram as taxas dos EUA até julho.
Trump justificou que as tarifas impostas tinham como objetivo corrigir desigualdades no sistema comercial global, além de trazer empregos e fábricas de volta aos Estados Unidos. Em relação à China, ele alegou que o aumento das tarifas seria necessário devido à retaliação do país, que impôs uma tarifa de 84% sobre produtos dos EUA.