Ministro da Previdência e Moro trocam acusações sobre fraudes no INSS

Durante sessão no Congresso, Wolney Queiroz responsabilizou Sergio Moro por omissão em denúncias de fraudes no INSS em 2020; senador rebateu com críticas ao governo atual.

Redação Nx Notícias
15/05/2025 22h53 - Atualizado há 6 dias
Ministro da Previdência e Moro trocam acusações sobre fraudes no INSS
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

A sessão do Congresso Nacional nesta quinta-feira (15) teve confronto direto entre o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, e o senador Sergio Moro (União-PR), durante debate sobre fraudes em benefícios do INSS. O ministro afirmou que as irregularidades foram denunciadas à Polícia Federal em 2020, quando Moro ainda era ministro da Justiça no governo Bolsonaro.

"Ontem [quarta-feira], assisti ao Jornal Nacional, e houve uma denúncia de um servidor, feita em 2020, que relatava fraudes e descontos indevidos. Senador, parece que Vossa Excelência era ministro da Justiça nessa época. Fez alguma coisa para coibir essas fraudes?", questionou Wolney.

O senador respondeu de imediato, afirmando que as denúncias nunca chegaram ao seu conhecimento enquanto esteve no ministério. "Esses fatos nunca foram informados a mim como foram informados a Vossa Excelência em reunião em 2023", afirmou Moro.

Wolney retrucou: "Vossa Excelência, como ministro, não chegou a acompanhar?", e o senador rebateu: "Não chegou ao meu conhecimento. Mas a Vossa Excelência ficou sabendo e não fez nada. Vossa Excelência era o braço direito de Carlos Lupi."

O ministro insistiu, afirmando que a responsabilidade de saber e agir contra fraudes era maior quando Moro ocupava o comando da Justiça: "Senador, não queria ficar aqui nesse bate-boca com Vossa Excelência, mas como ministro da Justiça, o senhor tinha muito mais obrigação de saber disso do que eu."

Moro então acusou o governo atual de tentar empurrar a responsabilidade: "Vossa Excelência quis me acusar de algo agora de forma imprópria. Estava no ministério onde teve a fraude. Foi o seu governo que chamou a polícia."

A discussão ocorreu em meio à repercussão de uma auditoria da Controladoria-Geral da União, que apontou descontos indevidos em aposentadorias e pensões em pelo menos 21 cidades do Piauí. A denúncia inclui casos em que os segurados não autorizaram qualquer desconto de associações nos contracheques.


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