O Brasil registrou, em 2023, o menor número de nascimentos desde 1976, com 2.518.039 registros em cartório. Segundo o IBGE, o número representa queda de 0,8% em relação ao ano anterior, marcando o quinto recuo consecutivo na taxa de natalidade.
O levantamento mostra que as mulheres estão tendo filhos cada vez mais tarde. Em 2003, 23,9% das mães tinham mais de 30 anos; em 2023, esse percentual saltou para 39%. Por outro lado, o número de mães adolescentes caiu de 20,9% para 11,8% no mesmo período.
Segundo Klivia Brayner, pesquisadora do IBGE, "as pessoas estão tendo cada vez menos filhos. As mulheres estão adiando a vontade de engravidar, e o crescimento populacional do país segue em ritmo cada vez menor".
A queda na natalidade não é uniforme. No Norte, 18,7% dos nascidos ainda são de mães com até 19 anos. O Acre lidera com 21,4%, seguido pelo Amazonas, com 20,5%.
Já o Distrito Federal tem a maior proporção de mães com mais de 30 anos: 49,4%, seguido por Rio Grande do Sul e São Paulo, ambos com 44,3%.
As projeções do IBGE indicam que a população brasileira, hoje em cerca de 203 milhões, crescerá até 2041, chegando a 220 milhões. A partir de 2042, o país começará a registrar retração populacional, com projeção de 199,2 milhões de habitantes em 2070.
Enquanto o país enfrenta queda nos nascimentos, o Centro-Oeste foi a única região com aumento em 2023, com crescimento de 1,1%. Também foi a única região a registrar alta nos casamentos.
Nove estados apresentaram crescimento nos nascimentos. Destaque para:
Tocantins: +3,4%
Goiás: +2,8%
Roraima: +1,9%
A falta de estrutura hospitalar obriga muitas gestantes a se deslocarem para outras cidades. Em municípios com mais de 500 mil habitantes, 10,2% dos partos ocorreram fora da cidade de residência da mãe. Em alguns locais, esse índice ultrapassa 70%:
Aparecida de Goiânia (GO): 80,8%
Belford Roxo (RJ): 79,5%
Jaboatão dos Guararapes (PE): 74,6%
Foram registrados 1.116.450 óbitos em 2023, uma queda de 5% em relação a 2022. O número ainda está acima do nível pré-pandemia. A maior redução foi observada entre idosos com 80 anos ou mais: -7,9%, com 38.035 mortes a menos.
Por outro lado, quatro estados registraram aumento nas mortes:
Amazonas: +2,0%
Amapá: +1,5%
Mato Grosso: +0,6%
Acre: +0,6%