A Polícia Federal flagrou o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), vazando informações sigilosas sobre operações policiais e investigações conduzidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em diálogos interceptados, o prefeito mencionou detalhes de processos, revelou a data de operações da PF e afirmou que juízes e advogados seriam alvos da apuração.
Em uma das conversas, Siqueira declarou: “Aqui vão dançar dois juízes e pelo menos três advogados”, apontando que possuía uma fonte dentro do STJ — supostamente paga para repassar dados confidenciais. Também alertou sobre o avanço da investigação contra Thiago Marcos Barbosa, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), e antecipou que uma operação da PF só ocorreria após o recesso do Judiciário.
A PF considerou o vazamento uma obstrução grave das investigações e solicitou ao ministro Cristiano Zanin, relator no Supremo, a prisão e o afastamento do prefeito. Zanin, no entanto, autorizou apenas busca e apreensão.
Durante coletiva em seu gabinete, Campos negou qualquer envolvimento com fontes no STJ e disse que apenas indicou um advogado ao investigado. Ele também afirmou que "não tem informação privilegiada".
As investigações fazem parte de um inquérito que apura um esquema de venda de sentenças judiciais, espionagem e até assassinato de um advogado ligado ao caso. Segundo a PF, militares envolvidos tinham tabela de preços para monitorar autoridades, incluindo ministros do STF.
