Irã pode mudar regime após queda de Khamenei, dizem analistas

Hipotética saída de Ali Khamenei abre debate sobre o futuro político do Irã. Especialistas apontam possíveis disputas internas, avanço de forças reformistas e até risco de transição para modelo sem teocracia. País vive tensão entre setores conservadores e demandas populares por liberdade.

Redação Nx Notícias
19/06/2025 01h19 - Atualizado há 8 horas
Irã pode mudar regime após queda de Khamenei, dizem analistas
Wikimedia Commons

A possível queda do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã desde 1989, levanta um debate global sobre os rumos do regime iraniano. Segundo analistas políticos, sua ausência abriria uma disputa intensa entre setores conservadores, reformistas e até militares pelo controle do país.

Khamenei exerce autoridade máxima sobre todos os poderes, incluindo o Judiciário, as Forças Armadas e o Conselho dos Guardiães. Em um cenário de sua saída — seja por renúncia, morte ou deposição — o Irã enfrentaria um vácuo político inédito desde a Revolução Islâmica de 1979.

Entre as possibilidades de transição, destacam-se três cenários:

1. Sucessão clerical controlada:
O regime pode eleger um novo líder supremo, provavelmente alinhado aos setores mais conservadores. Essa escolha ocorreria pelo voto da Assembleia de Especialistas, composta majoritariamente por religiosos próximos ao atual sistema.

2. Fortalecimento dos reformistas:
Com o vácuo de poder, forças reformistas — que defendem maior abertura política e relações diplomáticas com o Ocidente — poderiam ganhar espaço. Isso dependeria da mobilização popular e de alianças internas com setores do clero moderado.

3. Transição para modelo sem teocracia:
Há também quem defenda que a queda de Khamenei poderia iniciar uma transição gradual para um regime republicano mais secular. Embora improvável diante da força institucional dos Guardiães da Revolução, esse movimento poderia ganhar apoio da juventude iraniana.

Especialistas alertam que o futuro do Irã dependeria da capacidade de suas instituições lidarem com essa mudança sem provocar instabilidade social ou conflitos internos. A sucessão de Khamenei pode redefinir o Oriente Médio, tudo dependerá de quem assumirá o poder: se será continuidade da repressão ou abertura ao diálogo.

Enquanto isso, opositores no exílio e parte da população interna seguem clamando por liberdade religiosa, direitos das mulheres e reformas estruturais.


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