O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) vai recorrer para que o jogador Bruno Henrique, do Flamengo, o irmão dele, Wander Nunes, e outros sete acusados também respondam por estelionato no caso de fraude em apostas esportivas.
Na sexta-feira (26), o juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal de Brasília, tornou Bruno Henrique e Wander réus somente pelo crime de fraude a evento esportivo, com base na Lei Geral do Esporte. A acusação de estelionato contra casas de apostas foi rejeitada por falta de representação formal das supostas vítimas — exigência prevista na legislação.
Segundo o MP, Bruno teria forçado a aplicação de um cartão amarelo durante a partida entre Flamengo e Santos, em novembro de 2023, no Estádio Mané Garrincha, para beneficiar apostas previamente combinadas. De acordo com a denúncia, Wander teria incentivado a conduta e compartilhado a informação com outras pessoas, resultando em apostas em massa e bloqueio dos pagamentos pelas plataformas.
A Justiça também negou o pedido de medidas cautelares como fiança de R$ 2 milhões, suspensão de contratos com casas de apostas e proibição de novas contas ou apostas. O juiz entendeu que, sem a representação das empresas, o processo por estelionato não pode avançar.
Mesmo com a limitação, o juiz reconheceu indícios de que Bruno agiu deliberadamente para ser punido com o cartão, e que o irmão teria atuado para tirar vantagem financeira da situação.
Bruno Henrique e Wander terão 10 dias para apresentar defesa após serem formalmente citados. Ainda não há data para o julgamento do caso. O MP pode recorrer contra a rejeição do estelionato e buscar reverter a decisão no próprio juízo de origem.