O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, cancelou nesta quinta-feira (15) sua participação no encontro direto com a Rússia, em Istambul, após a confirmação da ausência de Vladimir Putin. O Kremlin enviou apenas uma delegação de baixo escalão, o que gerou críticas por parte da Ucrânia.
Zelensky chamou a decisão russa de "desrespeitosa" e afirmou que “não haveria sentido” em comparecer. Apesar disso, a Ucrânia continuará representada no encontro, com uma delegação chefiada pelo ministro da Defesa, Rustem Umierov.
A reunião seria o primeiro encontro direto entre os dois líderes desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. A ausência de Putin, confirmada pelo Kremlin, foi interpretada por Kiev como sinal de desinteresse político da Rússia em negociar um cessar-fogo real.
“Sentimos o desrespeito. A ausência de ministros russos e o envio de uma comitiva decorativa mostram falta de compromisso”, declarou Zelensky. O presidente ainda disse que a Rússia não demonstra vontade política para acabar com a guerra e pediu por novas sanções econômicas ao país.
A delegação russa é formada por nomes como o assessor presidencial Vladimir Medinsky e os vice-ministros Mikhail Galuzin (Relações Exteriores) e Alexander Fomin (Defesa), sem a presença de ministros ou lideranças de primeiro escalão.
A situação foi agravada pela ausência confirmada de Donald Trump, presidente dos EUA, que chegou a ser cogitado para o encontro. Trump afirmou que “nada vai acontecer antes de ele se reunir com Putin pessoalmente”.
Apesar do ambiente tenso, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, mantém a proposta de mediar as negociações. A reunião ocorre em meio a incertezas sobre o horário e composição das delegações, com expectativa de início ainda nesta quinta-feira.