Nova lei da cidadania italiana pode excluir milhares de brasileiros

Parlamento italiano aprovou nesta terça (20) a lei que limita a cidadania por descendência apenas a filhos e netos de italianos.

Redação NX Notícias
21/05/2025 12h20 - Atualizado há 7 horas
Nova lei da cidadania italiana pode excluir milhares de brasileiros
Foto: Consulado Geral da Itália/Divulgação

O Parlamento da Itália aprovou, nesta terça-feira (20), a lei que restringe o reconhecimento da cidadania italiana por descendência — o chamado jus sanguinis. A nova legislação limita o direito a filhos e netos de italianos, afetando diretamente milhares de brasileiros que descendem de imigrantes italianos que vieram ao Brasil entre os séculos 19 e 20.

A mudança transforma em definitivo um decreto publicado em março. A nova regra entra em vigor assim que for sancionada pelo governo italiano. Especialistas já apontam que a medida deve ser judicializada por possíveis violações à Constituição italiana e tratados internacionais.

Segundo o advogado Fabio Gioppo, quem entrou com processo na Justiça antes de 28 de março não será afetado, mas quem ainda aguardava na fila dos consulados pode ter o pedido comprometido — inclusive com agendamentos suspensos.

Entre os principais pontos da nova lei estão:

  • Limitação da cidadania a filhos e netos de italianos;

  • Necessidade de o ascendente manter exclusivamente a cidadania italiana;

  • Possibilidade de pedido para filhos menores, com prazos definidos;

  • Criação de visto especial de trabalho para descendentes sem direito à cidadania.

Ainda não está claro como ficará a situação de quem já iniciou o processo consular ou está na lista de espera. Os consulados suspenderam temporariamente os agendamentos e novas inscrições.

A Itália promete publicar outro decreto com regras para o novo visto, que pode beneficiar brasileiros, dada a grande imigração italiana para o país. Com esse visto, será possível solicitar naturalização após dois anos de residência legal na Itália.

A justificativa do governo italiano é conter o uso abusivo do passaporte europeu e retomar o controle sobre o fluxo migratório — uma pauta defendida pela primeira-ministra Giorgia Meloni.


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