Teresina registrou o primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol, conforme informou o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), da Fundação Municipal de Saúde (FMS). Com a notificação, o Piauí chega a três casos sob investigação.
O paciente, de 51 anos, procurou atendimento em hospital da rede privada no dia 2 de outubro após consumir um destilado de origem recente. No dia seguinte, apresentou sintomas como dor abdominal, visão turva e mal-estar. Ele passou por sessões de hemodiálise e apresentou melhora clínica. O caso segue sob acompanhamento das autoridades sanitárias e aguarda resultado dos exames realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (Lacen-PI).
Os dois primeiros registros suspeitos no estado ocorreram em Parnaíba. Os pacientes foram atendidos no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) e já receberam alta médica.
Em nível nacional, o Ministério da Saúde contabiliza 17 casos confirmados de intoxicação por metanol e mais de 200 sob apuração. Duas mortes foram confirmadas em São Paulo, e outros 12 óbitos seguem em investigação em cinco estados.
De acordo com o perito-geral de Polícia Científica do Piauí, Antônio Nunes, os resultados devem ser liberados ainda nesta semana. Ele explicou que foi criada uma sala de situação reunindo Ministério Público, Vigilância Sanitária, PROCON e Polícia Civil para agilizar as análises. “Todos os casos que chegarem da saúde serão encaminhados ao Lacen e, em seguida, ao laboratório de química forense, se necessário. A ideia é que o laudo seja concluído em até três horas após o recebimento do material”, destacou.
O perito ressaltou que a agilidade é essencial para o tratamento médico. “A pressa se justifica porque o resultado também serve para orientar as equipes de emergência. Em até 24 horas, se houver confirmação, o governo federal envia o antídoto ao local”, explicou.
Em nota, o CIEVS/FMS reforçou que casos de intoxicação exógena devem ser notificados obrigatoriamente e que a rede municipal possui estrutura e protocolos clínicos para o atendimento. Nos quadros mais graves, a hemodiálise é o principal procedimento disponível.
A Anvisa anunciou uma chamada pública internacional para localizar fornecedores do medicamento fomepizol, usado especificamente no tratamento da intoxicação por metanol. O remédio está em falta no Brasil, e a medida atende a um pedido urgente do Ministério da Saúde.
Venda de bebidas adulteradas: DECCOTERC e PROCON
Casos suspeitos de intoxicação: CIEVS Teresina ([email protected])
Atendimento toxicológico: CITOX-PI (0800-280-3661 / 86 98178-8257)
