O governo federal deve se reunir ainda este mês com representantes do agronegócio para discutir as diretrizes e fontes de financiamento do Plano Safra 2025/2026, segundo informou nesta sexta-feira (2) o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, durante visita à Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
O novo pacote, que deve ser anunciado oficialmente em junho, tem como meta superar o volume recorde do ano passado, quando mais de R$ 400 bilhões foram liberados para a agricultura empresarial.
Teixeira afirmou que entidades como a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e a direção da Agrishow devem ser chamadas para colaborar com as definições. A expectativa é garantir subsídios para aquisição de máquinas agrícolas, hoje comprometida pelos altos juros praticados no país — a taxa Selic está atualmente em 14,25%.
— “Estamos começando o debate sobre o Plano Safra. Queremos que ele inclua capacidade de subsídio para a compra de máquinas, porque os juros do Banco Central são muito altos para esse tipo de investimento”, afirmou o ministro.
O governo também avalia linhas de financiamento com juros mais baixos, como 3% ao ano, especialmente para produção agroecológica e alimentos da agricultura familiar.
Durante passagem anterior pela feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também defendeu a ampliação do crédito para aquisição de máquinas e a equalização de juros, como estratégia para alavancar a modernização do setor.
Teixeira destacou ainda que a ampliação do Plano Safra está alinhada à necessidade de aumentar a produção nacional de alimentos, diante do cenário comercial internacional.
A política tarifária dos Estados Unidos, sob o comando do presidente Donald Trump, tem elevado a demanda por produtos agrícolas brasileiros, o que amplia o papel estratégico do país no comércio global.
Segundo o IBGE, a previsão é que o Brasil produza 323,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2025 — crescimento de 10,6% em relação ao ano anterior.
— “O Brasil tem a maior agricultura, uma das maiores agriculturas tropicais do mundo, e nessa guerra comercial que se estabeleceu com a eleição do Trump, o que vai acontecer é que a agricultura do Brasil passa a ser a agricultura mais desejada do mundo.”, concluiu Paulo Teixeira.