Ao contrário de países como Estados Unidos, Canadá e boa parte da Europa, onde é comum descartar o papel higiênico no vaso sanitário, no Brasil essa prática pode causar sérios problemas. O principal motivo está na qualidade do papel higiênico nacional e na infraestrutura precária da rede de esgoto em muitas cidades.
Segundo o professor Lucas Fuess, da Escola de Engenharia de São Carlos (USP), grande parte dos papéis brasileiros não se desintegra com facilidade, o que aumenta o risco de entupimentos. Essa resistência ocorre devido à presença de resinas que tornam o papel mais confortável, mas menos solúvel em água.
Uma pesquisa feita pelo engenheiro ambiental Rafael Brochado, da UFMG, mostrou que papéis de países como Colômbia e França se desintegram até 60% em testes com turbulência, enquanto os brasileiros praticamente não se desfazem.
Além disso, o sistema de esgoto brasileiro, em muitas regiões, é antigo, com canos estreitos (100 mm) e curvas mal projetadas, o que contribui ainda mais para os bloqueios.
Embora o descarte no vaso fosse o mais higiênico do ponto de vista sanitário, evitando o contato com resíduos, especialistas recomendam que o brasileiro continue usando a lixeira ao lado do vaso sanitário até que a infraestrutura evolua.
Também é importante lembrar que outros itens como lenços umedecidos, fraldas, cotonetes, absorventes, cabelo e fio dental nunca devem ser descartados no vaso, pois não se degradam e causam entupimentos.
Se o vaso entupir, o uso do desentupidor é a primeira medida. Caso não funcione, a recomendação é chamar um profissional especializado.
