Tenente-coronel acusado de golpe nega ter recebido sacola de dinheiro

Militar é réu no núcleo 3 da denúncia da PGR sobre plano golpista. Ele negou ter recebido uma sacola com dinheiro, como afirmou o delator Mauro Cid.

Redação Nx Notícias
29/07/2025 02h28 - Atualizado há 12 horas
Tenente-coronel acusado de golpe nega ter recebido sacola de dinheiro
Divulgação/STF

O tenente-coronel do Exército Rafael Martins de Oliveira, preso preventivamente desde 2023, negou qualquer envolvimento com o suposto repasse de dinheiro feito por Mauro Cid. O depoimento foi prestado nesta segunda-feira (28), por videoconferência, no âmbito do inquérito que apura a articulação de um plano golpista.

O militar é acusado de integrar o núcleo operacional da trama investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele foi interrogado pelo juiz auxiliar Rafael Tamai, que atua junto ao ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo.

A delação de Mauro Cid sustenta que Rafael teria recebido uma sacola com dinheiro. O valor, segundo Cid, teria sido entregue a ele pelo general Braga Netto, que também é réu no caso. A quantia, supostamente, seria usada para financiar ações contra autoridades da República, incluindo o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes.

Durante o interrogatório, Rafael Martins refutou a narrativa. "Toda essa história de dinheiro, ela se baseia em um único pilar, a palavra do coronel delator. Ele que afirma ter recebido uma sacola lacrada de vinho, que ele não viu o que tinha dentro, ele presumia que tinha dinheiro". A fala foi feita apenas em resposta à defesa; o réu não quis responder ao magistrado nem à acusação da PGR, o que é permitido por lei.

Antes de iniciar a audiência, Rafael foi orientado a retirar a farda, por decisão do ministro Alexandre de Moraes. A medida segue o protocolo adotado em casos de militares réus na Justiça.

Além de Rafael Martins, o STF ouviu nesta segunda outros nove militares e um policial federal. Todos pertencem ao grupo acusado de monitorar autoridades e preparar ações táticas como parte da tentativa de ruptura institucional. Parte dos envolvidos atuava no Batalhão de Forças Especiais do Exército, conhecido como "kids pretos".


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