Entenda como larvas ajudam a revelar data da morte em investigações criminais

Pesquisadores da UFPE estudam insetos que colonizam cadáveres para ajudar a perícia a estimar a hora da morte e identificar envenenamentos. Técnica tem alta precisão.

Redação NX Notícias
24/05/2025 20h22 - Atualizado há 9 horas
Entenda como larvas ajudam a revelar data da morte em investigações criminais
Foto: TV Globo/Reprodução

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estão utilizando larvas de insetos como aliadas em investigações criminais. No Laboratório de Zoologia da instituição, o grupo estuda como esses organismos, que colonizam corpos em decomposição, podem fornecer pistas valiosas para a perícia forense.

Segundo os cientistas, o tempo de desenvolvimento das larvas, como o de moscas, pode indicar com precisão quando a morte ocorreu. Por exemplo, se uma espécie leva 15 dias para se tornar adulta, mas a larva coletada está com oito dias, é possível estimar que a morte ocorreu cerca de uma semana antes da coleta.

“As moscas chegam em cerca de cinco minutos ao local da morte, depositando ovos que se transformarão nas larvas que se alimentam do corpo”, explica o doutor em zoologia Simão Vasconcelos.

Além da estimativa do tempo da morte, a técnica também permite detectar possíveis envenenamentos. Mesmo que o corpo da vítima já não contenha mais traços detectáveis de toxinas, esses compostos podem ser encontrados nos insetos que se alimentaram dos tecidos.

Esse campo de estudo é chamado de entomotoxicologia. Segundo a mestranda Franciele Barros, a presença de substâncias químicas nos corpos dos insetos pode revelar a causa da morte em casos avançados de decomposição.

Nos últimos 15 anos, a equipe analisou mais de 400 cadáveres nos Institutos Médicos Legais de Pernambuco e da Paraíba para identificar quais espécies são mais comuns em diferentes regiões. O objetivo agora é formalizar parcerias com peritos criminais para aplicar o conhecimento em investigações reais.


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