A solidão e o isolamento social são responsáveis por cerca de 871 mil mortes por ano em todo o mundo, o que equivale a aproximadamente 100 óbitos por hora. O alerta foi feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (1º), que classificou o problema como uma “ameaça urgente à saúde pública”.
Segundo a entidade, os efeitos da solidão são comparáveis ao risco de fumar 15 cigarros por dia e até superiores aos causados pela obesidade. Crianças, adolescentes, idosos e profissionais em regime de home office estão entre os mais vulneráveis.
No Brasil, embora ainda não existam dados oficiais consolidados, especialistas apontam um crescimento de sintomas ligados à solidão, como ansiedade, depressão, distúrbios do sono e doenças cardiovasculares.
“A solidão não é apenas um sentimento; ela pode se transformar em uma condição crônica, com impactos diretos na saúde física e mental. Pessoas isoladas socialmente têm mais chances de desenvolver doenças cardíacas, comprometimento imunológico e até demência”, explica o psicólogo Ítalo Silva, coordenador do curso de Psicologia da Estácio.
Para o especialista, o combate à solidão exige uma abordagem coletiva. “Precisamos falar mais sobre isso. Estimular o convívio social, valorizar os vínculos afetivos e garantir suporte emocional é fundamental. A educação também tem papel importante, pois promove o desenvolvimento socioemocional desde cedo”, conclui.