Estudo liga poluição do ar ao aumento de casos de demência

Análise com dados de 30 milhões de pessoas mostra que exposição a poluentes como PM2,5 e fuligem pode acelerar doenças como Alzheimer e demência vascular.

Redação NX Notícias
29/07/2025 16h39 - Atualizado há 15 horas
Estudo liga poluição do ar ao aumento de casos de demência
Reprodução

A exposição à poluição do ar pode aumentar significativamente o risco de desenvolver demência, incluindo Alzheimer e demência vascular. A conclusão é de um estudo internacional liderado por cientistas da Universidade de Cambridge, publicado nesta segunda-feira (28) na revista The Lancet Planetary Health. O levantamento analisou dados de 51 estudos anteriores com mais de 29 milhões de pessoas em quatro continentes.

Segundo os pesquisadores, os poluentes mais perigosos são o material particulado fino (PM2,5), o dióxido de nitrogênio (NO₂) e a fuligem (black carbon). As partículas PM2,5, emitidas por veículos e indústrias, aumentam em 17% o risco de demência a cada 10 microgramas por metro cúbico no ar. A fuligem eleva o risco em 13% por micrograma, enquanto o NO₂, comum em motores a diesel, representa um aumento de 3%.

Essas substâncias podem atingir o cérebro e desencadear processos inflamatórios e de estresse oxidativo, que aceleram doenças neurodegenerativas. Para os autores, a poluição atmosférica é um fator de risco modificável e deve ser enfrentada por meio de políticas públicas integradas.

"Prevenir a demência não é apenas papel da saúde pública. É também uma questão de urbanismo, transporte e regulação ambiental", afirmou Christiaan Bredell, primeiro autor da pesquisa.

A coautora Clare Rogowski reforça a necessidade de ações urgentes. “Limites mais rigorosos sobre poluentes industriais e do transporte podem reduzir o impacto social da demência”, disse.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 57 milhões de pessoas vivem com demência no mundo — e esse número pode chegar a 150 milhões até 2050. O estudo alerta ainda para desigualdades: comunidades negras e periféricas, em geral, estão mais expostas à poluição, mas são pouco representadas nas pesquisas.


Notícias Relacionadas »