Rapper Oruam vira réu por tentativa de homicídio contra policiais

Justiça aceitou denúncia do MPRJ contra o cantor e um amigo por atacar policiais com pedras durante operação no Complexo da Penha. Réus teriam agido com dolo eventual e por motivo torpe, segundo Promotoria.

Redação NX Notícias
30/07/2025 14h44 - Atualizado há 1 dia
Rapper Oruam vira réu por tentativa de homicídio contra policiais
Foto: Kleyton Cintra/TV Globo

A juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, aceitou a denúncia do Ministério Público (MPRJ) e tornou réus por tentativa de homicídio qualificado o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, e o amigo dele, Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira. Eles são acusados de atacar policiais civis com pedras durante uma operação no Complexo da Penha, no último dia 21.

Segundo a denúncia, após a apreensão de um adolescente, os dois e outros indivíduos não identificados lançaram pedras de até 4,85 kg contra os agentes, do alto da varanda da casa de Oruam, a cerca de 4,5 metros de altura. Um policial foi atingido nas costas, e outro precisou se abrigar atrás da viatura.

O Ministério Público sustenta que os réus assumiram o risco de matar os agentes, configurando dolo eventual. A Promotoria ainda classificou o ato como motivo torpe, com uso de meio cruel, e afirma que se enquadra na Lei dos Crimes Hediondos.

Além desse processo, Oruam já respondia a outros sete crimes: tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal. Ele está preso preventivamente e agora também teve nova ordem de prisão emitida pela Justiça por causa da tentativa de homicídio.

Um vídeo da noite da operação mostra o cantor esmurrando um carro da polícia antes da saída dos agentes. Ele também fez publicações nas redes sociais incitando a violência e desafiando a presença da polícia na comunidade.

A defesa do rapper nega a tentativa de homicídio e afirma que a ação policial teve abusos. "Mauro não atentou contra a vida de ninguém, e isto será devidamente esclarecido nos autos", disse a defesa ao g1. A equipe jurídica também afirmou que ele agiu em legítima defesa após ser agredido e ameaçado.

Ainda segundo a defesa, a operação foi realizada sem mandado válido, com uso de veículos descaracterizados e fora do horário legal, o que, segundo os advogados, configura abuso de autoridade.


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