Relatório da gestão Trump critica Moraes e governo brasileiro

Documento de direitos humanos dos EUA acusa o Brasil de restringir discurso de aliados de Bolsonaro e cita suspensão de perfis no X.

Redação NX Notícias
12/08/2025 12h46 - Atualizado há 3 semanas
Relatório da gestão Trump critica Moraes e governo brasileiro
Foto: Gustavo Moreno/STF e Evelyn Hockstein/Reuters

Trechos do relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, obtidos pelo Washington Post, indicam que o documento — produzido durante a gestão Trump e referente a 2024 — deve criticar o governo brasileiro e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O texto, que será apresentado nesta terça-feira (12) ao Congresso americano, acusa o governo de “suprimir desproporcionalmente o discurso de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro”. O relatório também afirma que Moraes “determinou pessoalmente a suspensão de mais de 100 perfis na rede X”, medida que teria afetado apoiadores do ex-presidente.

Em 30 de julho, a gestão Trump já havia sancionado Moraes com base na Lei Magnitsky, que pune estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos. Procurado, o Departamento de Estado não comentou, mas um funcionário afirmou que governos usam censura, vigilância ilegal e leis restritivas para silenciar opositores por razões políticas ou religiosas.

O governo Trump considera Bolsonaro um aliado e classifica os processos contra ele como “caça às bruxas”. O ex-presidente é investigado no STF por tentativa de golpe após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.

O relatório anterior, elaborado sob a gestão Biden e referente a 2023, considerou as eleições brasileiras justas, mas apontou problemas como assédio eleitoral, interferência de facções criminosas e ações da Polícia Rodoviária Federal no Nordeste para influenciar votos. Também foram citadas questões como más condições em presídios, prisões arbitrárias, restrições à liberdade de expressão, corrupção e violência contra mulheres, afro-brasileiros, indígenas e pessoas LGBTQIA+.


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