O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia na próxima terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete aliados acusados de participação na trama golpista para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e inclui militares de alta patente.
Cerca de dois anos e meio após os atos de 8 de janeiro de 2023, a Corte se prepara para uma deliberação inédita na história da redemocratização, que pode levar à condenação de um ex-presidente da República e de generais do Exército por golpe de Estado.
O julgamento terá oito sessões, marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. Nos dias 2, 9 e 12, haverá sessões de manhã e à tarde, enquanto nos dias 3 e 10 o julgamento será apenas pela manhã.
Para garantir a segurança, o STF montou um esquema especial, que inclui restrição de circulação, varredura com cães farejadores, uso de drones e vigilância reforçada.
O interesse da imprensa é considerado histórico: foram feitos 501 pedidos de credenciamento de jornalistas nacionais e internacionais. Além disso, em um procedimento inédito, a Corte abriu inscrição para o público em geral. No total, foram 3.357 solicitações, mas apenas 1.200 pessoas poderão acompanhar presencialmente por meio de telão instalado na sala da Segunda Turma.
Na Primeira Turma, onde o julgamento ocorrerá, o espaço será restrito aos advogados dos réus e aos profissionais de imprensa. Serão disponibilizados 150 lugares por sessão.
A eventual prisão dos réus, caso sejam condenados, não será automática, dependendo ainda de medidas posteriores da Justiça.