A terceira etapa da Operação Barão Vermelho foi deflagrada nesta quarta-feira (3) em ação conjunta do Ministério Público do Maranhão e dos núcleos do GAECO no Piauí e na Paraíba. O trabalho levou à prisão de três pessoas, entre elas empresários suspeitos de atuar como laranjas em um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
A ofensiva também determinou a suspensão de mais de dez empresas, incluindo estabelecimentos em Teresina, como uma loja de acessórios e uma distribuidora de medicamentos. Por decisão judicial, imóveis, veículos, embarcações e aeronaves ligados aos investigados foram bloqueados.
De acordo com o GAECO, o grupo tinha uma atuação diversificada, que incluía falsificação de documentos de veículos, receptação de cargas e ouro de origem ilegal, além de agiotagem. O que chamou atenção das autoridades foi o modelo sofisticado de movimentação financeira, com altos valores em transferências e saques bancários.
O promotor Francisco Fernando explicou que a apuração começou em 2021 e revelou a dimensão da rede criminosa: “As investigações mostraram uma organização voltada ao tráfico e à lavagem, usando empresas de fachada para dar aparência de legalidade ao dinheiro ilícito.”
Segundo o promotor Rafael Bruno Aragão, a determinação da Justiça buscou frear a continuidade do esquema: “Foram bloqueados valores em contas, bens móveis e imóveis, além da interdição de empresas, para garantir o avanço das ações penais.”
A promotora Lenara Porto, que coordena o GAECO no Piauí, destacou que novas etapas podem ocorrer: “Há possibilidade de novas prisões e interdições, a depender do material apreendido. O que já foi coletado fortalece a investigação e pode apontar para outros envolvidos.”
Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão e três de interdição de empresas. A operação contou com 190 agentes de segurança, além do apoio dos núcleos do GAECO em São Luís, Imperatriz e Timon.
Especialistas ressaltam que o caso expõe como organizações criminosas no Nordeste têm se estruturado para movimentar grandes quantias por meio de empresas de fachada, dificultando o rastreamento das atividades ilícitas.