O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve ganhar novos contornos com os votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. A expectativa é que ambos façam contrapontos ao posicionamento apresentado pelo ministro Luiz Fux.
Na sessão de quarta-feira (10), Fux levou cerca de 13 horas para expor seu voto, sem ser interrompido pelos colegas. Apesar disso, ministros fizeram anotações e demonstraram cansaço durante a leitura, o que reforçou, segundo críticos, a percepção de isolamento do magistrado dentro da turma.
Entre as inconsistências apontadas, Fux defendeu a validade da delação premiada de Mauro Cid, mas ao mesmo tempo votou para condená-lo pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Já Bolsonaro foi absolvido de todas as acusações.
Os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin também devem se manifestar, mas não há expectativa de votos longos. Ambos têm perfil de exposição breve e direta. Cármen Lúcia, que atualmente preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve aproveitar o voto para reforçar a defesa do sistema eleitoral brasileiro.