Um artigo de opinião publicado nesta sexta-feira (12) no jornal The New York Times destacou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como um exemplo de sucesso institucional do Brasil diante de ataques à democracia. O texto foi assinado por Steven Levitsky, autor de Como as Democracias Morrem e professor de Harvard, e Filipe Campante, professor da Johns Hopkins University.
Segundo os autores, o Brasil conseguiu responsabilizar um ex-presidente por tentar reverter o resultado eleitoral, ao contrário dos Estados Unidos, onde Donald Trump não sofreu consequências legais após o episódio da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. “Na prática, o governo dos EUA está punindo os brasileiros por fazerem algo que os americanos deveriam ter feito, mas não fizeram”, escreveram, em referência às críticas de Trump à decisão do STF e às sanções impostas a autoridades brasileiras.
O artigo ressalta paralelos entre os dois países, que elegeram presidentes de perfil autoritário e viram ataques às instituições democráticas após derrotas eleitorais. No caso americano, os dois processos de impeachment contra Trump fracassaram, e ele conseguiu retornar à Casa Branca em 2025. Já no Brasil, os ministros do STF foram elogiados pela firmeza diante das provas apresentadas contra Bolsonaro.
O texto cita que os autos da ação contra o ex-presidente incluem provas de tentativas de reverter a eleição de 2022 e até planos de assassinato de autoridades como Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. Para Levitsky e Campante, a resposta da Justiça brasileira mostra resiliência institucional em um momento de forte polarização.