Brasil tem 2,4 milhões de pessoas com autismo, mostra Censo do IBGE

Pela primeira vez, o Censo do IBGE incluiu dados sobre o Transtorno do Espectro Autista. São 2,4 milhões de brasileiros diagnosticados, sendo a maioria homens e crianças entre 5 e 9 anos.

Redação NX Notícias
23/05/2025 11h59 - Atualizado há 6 horas
Brasil tem 2,4 milhões de pessoas com autismo, mostra Censo do IBGE
Foto: Reprodução

O Brasil tem 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), segundo dados inéditos do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (23) pelo IBGE. O número representa 1,2% da população e marca a primeira vez que o instituto categoriza oficialmente informações sobre o autismo.

A inclusão da pergunta no questionário censitário foi garantida pela Lei nº 13.861/2019, que determinou a incorporação das especificidades do TEA nos censos demográficos.

Entre os diagnosticados, homens são maioria: 1,4 milhão contra 1 milhão de mulheres. O maior número de diagnósticos está entre crianças de 5 a 9 anos (2,6%), seguidas pelas faixas de 0 a 4 anos (2,1%), 10 a 14 anos (1,9%) e 15 a 19 anos (1,3%).

A maioria das pessoas com TEA é branca (1,3%), seguida por amarelos (1,2%), pretos (1,1%), pardos (1,1%) e indígenas (0,9%).

Educação e autismo
A taxa de escolarização das pessoas com autismo foi 36,9%, superior à média da população geral (24,3%). Entre os estudantes com 6 anos ou mais, 760,8 mil foram diagnosticados com TEA.

Deficiências no Brasil
Além do TEA, o IBGE levantou dados sobre outras deficiências. Em 2022, 14,4 milhões de brasileiros (7,3%) relataram dificuldades em domínios como visão, audição, mobilidade, coordenação motora e funções mentais. As mulheres representam 8,3 milhões dos casos.

As deficiências mais comuns são:

  • Dificuldade de enxergar: 4%

  • Dificuldade para andar/subir degraus: 2,6%

  • Dificuldade para pegar objetos pequenos: 1,4%

  • Limitações mentais para trabalhar ou estudar: 1,4%

  • Dificuldade para ouvir: 1,3%

O Nordeste lidera em proporção de pessoas com deficiência (8,6%), seguido pelo Norte (7,1%) e Sudeste (6,8%).

Educação e deficiência
Entre as pessoas com deficiência com 15 anos ou mais, 21,3% são analfabetas. Quase dois terços (63,1%) não completaram o ensino fundamental. Para quem não tem deficiência, esse índice é de 32,3%.

O levantamento reforça os desafios no cumprimento da Lei nº 7.853/1989 e da Lei Brasileira de Inclusão (2015), que garantem educação e inclusão social como dever do Estado.


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