O avanço do confronto entre Israel e Irã colocou os Estados Unidos no centro de um dilema diplomático e militar. No quarto dia da guerra, o presidente Donald Trump ainda não definiu claramente o papel dos EUA no conflito. Pressionado por alas opostas do Partido Republicano, o governo americano oscila entre apoiar militarmente o aliado e evitar envolvimento direto.
Logo após o primeiro bombardeio israelense contra alvos no Irã, o secretário de Estado Marco Rubio afirmou que Israel agiu por conta própria, sem participação dos EUA. No entanto, Trump declarou que foi informado antes da ofensiva e chegou a tentar capitalizar politicamente: “Não foi um aviso. Foi: sabemos o que está acontecendo”, afirmou.
Enquanto Israel preparava há meses sua operação militar, os EUA buscavam um acordo com o Irã para encerrar seu programa nuclear. Trump, porém, revelou estar descrente nas negociações após várias rodadas fracassadas. O ataque israelense, que matou cientistas e comandantes iranianos — incluindo o negociador-chefe de Teerã —, acabou com qualquer chance de retomada do diálogo. O Irã já declarou que não negociará sob ataque.
O impasse expõe Trump a um dilema político: manter a imagem de pacificador e evitar o envolvimento direto na guerra, ou agir em apoio a Israel, seu tradicional aliado no Oriente Médio. Até o momento, o presidente segue sem uma definição clara, com a tensão aumentando e os apelos por uma resposta americana se intensificando dentro de seu próprio partido.