O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (13) que haverá “consequências severas” caso o presidente russo, Vladimir Putin, não aceite um cessar-fogo na guerra da Ucrânia. A declaração foi feita após reunião por videoconferência com Volodymyr Zelensky e líderes europeus, a dois dias do encontro presencial entre Trump e Putin no Alasca, marcado para sexta-feira (15).
Segundo o presidente francês, Emmanuel Macron, Trump garantiu que qualquer negociação territorial será conduzida pela própria Ucrânia. O chanceler alemão, Friedrich Merz, destacou três consensos entre aliados: não reconhecer anexações russas, garantir a segurança de Kiev e respeitar integralmente a soberania ucraniana.
A pressão ocorre diante do temor europeu de que um acordo entre Trump e Putin exija concessões territoriais maiores de Kiev. O republicano já mencionou a possibilidade de “troca de territórios”, sem detalhar.
Trump afirmou que, se a reunião for “positiva”, poderá haver um segundo encontro quase imediato entre Putin e Zelensky. Zelensky, no entanto, disse acreditar que o líder russo está “blefando” sobre o cessar-fogo e reafirmou que não aceitará propostas que envolvam retirada de tropas de Donbass ou cessão de linhas defensivas.
Moscou reiterou que não abrirá mão das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, além da Crimeia, e mantém exigências que incluem a renúncia da Ucrânia à Otan e o fim do recebimento de armas ocidentais.
A cúpula no Alasca será o primeiro encontro presencial entre presidentes em exercício dos EUA e da Rússia desde 2021, quando Joe Biden se reuniu com Putin em Genebra. Trump e Putin não se encontram pessoalmente desde 2019, no G20 no Japão.