O assento 11A, localizado na fileira da saída de emergência do lado esquerdo do Boeing 787-8 da Air India, ganhou atenção após o passageiro Viswash Kumar Ramesh, de 38 anos, ser o único sobrevivente do acidente ocorrido na última quinta-feira (12), logo após a decolagem em Ahmedabad, na Índia.
Apesar da coincidência, especialistas em aviação afirmam que a sobrevivência não se deve à posição do assento. “Você simplesmente não pode prever a dinâmica de uma queda”, explica Jeff Guzzetti, ex-investigador da Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA. Para ele, em acidentes como esse, a sorte costuma ser o principal fator.
O mito de que a parte traseira do avião seria mais segura também é contestado. Segundo Guzzetti, a ideia parte da suposição errada de que a frente sempre absorverá o impacto primeiro, o que nem sempre ocorre.
No caso do voo da Air India, o lado direito da aeronave foi esmagado contra uma parede, o que impediu qualquer tentativa de escape. Ramesh, sentado à esquerda, teve a sorte de estar no único ponto viável para sobrevivência.
Shawn Pruchnicki, ex-investigador da Associação de Pilotos dos EUA e professor da Universidade Estadual de Ohio, reforça: “Foi pura sorte. Ainda mais considerando que os tanques de combustível ficam próximos à área onde ele estava”.
Mesmo com tragédias recentes, como colisões na Coreia do Sul, Cazaquistão e Estados Unidos, os especialistas reforçam: voar ainda é um dos meios de transporte mais seguros. Acidentes continuam sendo raros, mas causam grande comoção quando ocorrem.