Um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), mostra que veículos movidos a biometano emitem 2,5 vezes menos dióxido de carbono do que os elétricos. O dado está em nota técnica que avalia a intensidade de carbono das principais fontes energéticas utilizadas no transporte rodoviário nacional.
O biometano é um combustível renovável produzido a partir da purificação do biogás, originado de resíduos agropecuários e urbanos. Por poder ser gerado próximo ao ponto de uso, ele se apresenta como solução viável para frotas e áreas sem acesso à rede elétrica. O gás pode ainda utilizar a infraestrutura já existente do gás natural.
Segundo a EPE, o biometano apresentou, em 2024, intensidade de carbono de 8,35 gCO₂eq/MJ, valor baseado em dados certificados pelo RenovaBio. O número deve se manter estável até 2034. O estudo também considera a metodologia "poço-à-roda", que avalia as emissões desde a origem da energia até o uso final nos veículos.
A nota técnica foi elaborada para apoiar decisões do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no Programa Mover. A iniciativa está integrada à Lei do Combustível do Futuro (14.993/24), que estimula o uso de tecnologias sustentáveis na mobilidade urbana.
Atualmente, o Brasil tem 12 usinas de biometano autorizadas pela ANP. Caso os investimentos em curso se concretizem, mais 35 unidades devem entrar em operação até 2027, elevando a capacidade instalada para 2,1 milhões de m³ por dia.
O estudo também apresentou estimativas de emissões futuras de gasolina, diesel, biodiesel, etanol e eletricidade, levando em conta melhorias tecnológicas e boas práticas na cadeia produtiva.
Confira a nota técnica aqui .