O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou nesta segunda-feira (1º) parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) defendendo a manutenção da prisão do general da reserva Braga Netto.
Ex-ministro e vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, o militar está preso desde dezembro de 2024, acusado de obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Braga Netto é um dos réus do núcleo central da denúncia apresentada pela PGR, cujo julgamento começa nesta terça-feira (2).
No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes já havia negado um pedido de liberdade ao general, alegando haver indícios de sua participação no plano golpista. A defesa recorreu, e Moraes solicitou nova manifestação da PGR.
Na resposta, Paulo Gonet reforçou que não há fatos novos que justifiquem a revogação da medida. “No mais, reiteram-se as manifestações ministeriais de 11.7.2025 e 29.7.2025, no sentido da permanência dos motivos que fundamentaram a custódia provisória, ante a ausência de fatos novos que alterem o quadro fático-probatório para justificar a revogação ou a readequação da medida”, afirmou.
Durante as apurações, a Polícia Federal apontou que Braga Netto tentou obter informações sigilosas da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o que teria configurado tentativa de obstrução. A defesa nega.