A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (3) a Operação Zargun, com o objetivo de desarticular o braço político e financeiro de uma das maiores facções criminosas do Brasil, ligada ao tráfico internacional de armas e drogas, à corrupção de agentes públicos e à lavagem de capitais.
A ação é resultado da parceria entre PF, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/RJ).
Foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão, expedidos pelas Justiças Federal e Estadual. O TRF-2 também determinou o sequestro de R$ 40 milhões em bens e valores, o afastamento de agentes públicos, a suspensão de empresas usadas para lavagem de dinheiro e a transferência de líderes da facção para presídios federais de segurança máxima.
As investigações revelaram que o grupo atuava no Complexo do Alemão, com apoio de um delegado da PF, policiais militares, um ex-secretário municipal e estadual e um deputado estadual empossado em 2024. A facção infiltrava-se em órgãos públicos para obter impunidade e acesso a informações sigilosas, além de importar armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais.
A Operação Zargun faz parte da Operação Redentor 2, que executa diretrizes do STF na ADPF 635, voltadas ao combate à criminalidade violenta no estado.
Os investigados poderão responder por organização criminosa, tráfico internacional de armas e drogas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.