Fake Monster: polícia age contra grupo que cooptava adolescentes

Ação conjunta desarticula grupo extremista digital que induzia jovens à automutilação e disseminava crimes de ódio com uso de perfis falsos em redes sociais.

Redação Nx Notícias
05/05/2025 21h16 - Atualizado há 1 dia
Fake Monster: polícia age contra grupo que cooptava adolescentes
Foto: PCRJ

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) apoiou, por meio do Ciberlab, a Operação Fake Monster, deflagrada pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCRJ) neste fim de semana. A ação resultou na desarticulação de uma rede criminosa que atuava em plataformas digitais com a disseminação de conteúdos extremistas, crimes de ódio e incitação à automutilação, principalmente entre adolescentes.

A operação, articulada com o apoio das polícias civis de São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, executou 13 mandados de busca e apreensão em diferentes cidades dos quatro estados, incluindo Niterói, Cotia, São Vicente, Campo Novo do Parecis e São Sebastião do Caí.

Segundo relatório técnico do Ciberlab, a rede utilizava linguagem cifrada, simbologia violenta e perfis falsos para promover desafios e criar sensação de pertencimento entre adolescentes, com o objetivo de radicalizar e induzir condutas autodestrutivas.

Essa operação é um exemplo da capacidade de resposta integrada das Polícias Civis. Atuamos de forma cirúrgica para desarticular uma rede que cooptava jovens para práticas violentas em ambiente digital. Nosso objetivo principal é proteger adolescentes e evitar que a violência simbólica migre para a realidade, explicou Rodney da Silva, diretor da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) do MJSP.

A escolha do nome da operação — Fake Monster — faz alusão ao uso de perfis falsos que se passavam por fãs da cantora Lady Gaga, os chamados little monsters, para atrair e manipular adolescentes. As investigações apontam que os aliciadores criavam comunidades fechadas com conteúdo violento e mensagens de autodepreciação, distorcendo símbolos de inclusão para fins criminosos.

A operação foi planejada estrategicamente para coincidir com eventos de grande público no Rio de Janeiro, sem causar impacto direto aos frequentadores, e neutralizar articulações que representavam risco à ordem pública.


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