O humorista Leo Lins se manifestou publicamente na noite de quinta-feira (5) após ser condenado a mais de oito anos de prisão por declarações consideradas ofensivas a grupos minoritários. Em uma live transmitida em seu canal no YouTube, Lins adotou tom sério, afirmou que só decidiu falar depois de ler toda a sentença e defendeu o caráter cômico de seu trabalho.
"Esse vídeo não é uma piada. É a pessoa Leonardo de Lima Borges Lins, não o comediante Leo Lins", declarou. Segundo ele, as piadas que faz são ácidas, mas fazem parte de um personagem e têm o objetivo de provocar reflexão — não ofender. “Nem todas as piadas são para todas as pessoas”, disse.
Durante a transmissão, ele criticou a juíza Barbara de Lima Iseppi, responsável pela sentença, e afirmou que a decisão citou a Wikipédia como base teórica. “Isso não é uma piada”, reclamou. Lins comparou os alertas da plataforma — que avisam sobre seus limites como fonte confiável — com os avisos dados em seus shows, indicando que o conteúdo é fictício.
Citou ainda o teórico Simon Quittley, que define o humor como uma forma de texto marcada por exagero e ironia. “Não deve ser levado ao pé da letra”, explicou.
O humorista relatou que tem recebido mensagens de apoio e testemunhos emocionados. “Recebo mensagens de pessoas que dizem que superei a depressão delas. Um rapaz falou que eu salvei a vida dele e mostrou uma tatuagem feita em um corte no pulso como homenagem.”
Ao encerrar a live, Lins pediu apoio de outros artistas e afirmou que quer continuar trabalhando com humor. “A melhor piada do mundo sem alguém para rir não tem graça. Espero retribuir isso futuramente.”