Bebidas e alimentos com os selos “zero açúcar”, “zero calorias” ou “zero álcool” são vistos por muitos consumidores como escolhas mais saudáveis. No entanto, nutricionistas alertam que nem sempre essa imagem corresponde à realidade nutricional dos produtos.
Embora apresentem menos calorias, muitos desses itens são ricos em aditivos como adoçantes artificiais, corantes e conservantes. Essas substâncias podem afetar o metabolismo, a regulação do apetite e a saúde da microbiota intestinal — conjunto de microrganismos essenciais para a imunidade e digestão.
Entre os adoçantes mais usados está o aspartame, presente em refrigerantes “zero”. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse composto pode estar associado a problemas cardiovasculares e até ao risco de câncer. A sucralose e o acessulfame-k também geram preocupação quando consumidos com frequência.
Além disso, a legislação brasileira permite que um produto seja rotulado como “zero açúcar” mesmo contendo até 0,5g de açúcar por porção. Ingredientes como maltodextrina, polióis e xaropes muitas vezes escondem adição de açúcares sob outros nomes.
Nas bebidas com rótulo “zero álcool”, o teor alcoólico pode chegar a 0,5%, e muitas vezes há adição de açúcar ou edulcorantes para ajustar o sabor.
Nutricionistas recomendam atenção redobrada aos rótulos. Listas longas e com muitos nomes técnicos geralmente indicam alta presença de ingredientes químicos usados para compensar sabor, textura ou cor, perdidos na retirada de componentes naturais.
A orientação é simples: quanto mais natural e com menos ingredientes, melhor.