O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou como "infundado" o ataque dos Estados Unidos contra o Irã realizado no sábado (21). A operação, feita em coordenação com Israel, teve como alvos três instalações nucleares iranianas. Nesta segunda-feira (23), após encontro com o chanceler iraniano Abbas Araqchi, Putin afirmou que o mundo está sendo levado a um “grande perigo”.
Putin reforçou o apoio da Rússia ao Irã e disse que não há “qualquer base ou justificativa” para a ação militar americana, que classificou como “agressão não provocada”. Ele alertou para a escalada do conflito entre Israel e Irã e criticou o envolvimento de potências externas.
“Estados de fora da região estão sendo envolvidos no conflito. Tudo isso está levando o mundo a um caminho extremamente perigoso”, afirmou o líder russo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também condenou os ataques e disse que os EUA “aumentaram o número de participantes no conflito” e “inauguraram uma nova espiral de escalada” no Oriente Médio.
No sábado, os Estados Unidos lançaram uma ofensiva com 125 aeronaves, mísseis de precisão e bombas subterrâneas contra três locais nucleares: Fordow, Natanz e Isfahan. Segundo o general Dan Caine, todas as instalações sofreram “danos e destruição extremamente severos”.
Imagens de satélite mostram crateras recentes e detritos ao redor da montanha de Fordow. Analistas afirmam que as bombas atingiram estruturas subterrâneas, como túneis, o que explicaria a ausência de explosões superficiais.
O Irã afirmou que evacuou os locais antes dos ataques e que não houve grandes perdas materiais. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que não foi detectado aumento nos níveis de radiação.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, declarou que os EUA “devem receber uma resposta” pela agressão. Analistas apontam três possibilidades estratégicas:
-Revidar imediatamente, com novos ataques, o que ampliaria o conflito;
-Aguardar para retaliar futuramente, com alvos diplomáticos ou comerciais;
-Não retaliar, optando pela via diplomática, embora o Irã afirme que os EUA e Israel foram os responsáveis por romper as negociações.
Até o momento, os ataques entre Israel e Irã desde o início do conflito, no dia 13, já deixaram mais de 240 mortos e milhares de feridos, segundo dados oficiais.