A Rússia anunciou nesta segunda-feira (4) o fim da moratória que impedia a instalação de mísseis de curto e médio alcance no território russo. A medida é uma resposta direta à suposta presença de armamentos semelhantes por parte dos Estados Unidos na Europa e na região da Ásia-Pacífico.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores russo, “deixaram de existir as condições” para manter o compromisso assumido voluntariamente desde 2019, após o colapso do Tratado INF, que proibia mísseis com alcance entre 500 e 5.500 km.
O ex-presidente Dimitri Medvedev, atual vice do Conselho de Segurança da Rússia, culpou os países da OTAN pela escalada. “Essa é a nova realidade com a qual nossos oponentes terão que lidar. Espere novas medidas”, escreveu Medvedev na rede social X.
A tensão aumentou após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar o envio de dois submarinos com propulsão nuclear. Moscou respondeu pedindo “grande prudência” nas declarações sobre armamento atômico. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que a Rússia “não deseja ser arrastada para esse tipo de polêmica”.
Trump não revelou para onde os submarinos foram enviados nem se carregam ogivas nucleares. Ao todo, a Marinha americana opera 71 submarinos com propulsão nuclear, sendo 14 com capacidade balística atômica.
Apesar de manter um discurso conciliador com Vladimir Putin em parte das declarações recentes, Trump também sinalizou frustração com a permanência da Rússia na guerra contra a Ucrânia. O governo norte-americano estabeleceu o dia 8 de agosto como prazo para um recuo militar russo. Antes disso, o enviado especial Steve Witkoff deve visitar Moscow.