Uespi lança especialização em História e Cultura Afro e Indígena

Curso voltado a professores e profissionais da Educação Básica busca fortalecer ensino inclusivo e antirracista no Piauí, com foco em valorização das identidades étnico-raciais.

Redação NX Notícias
19/08/2025 14h04 - Atualizado há 5 horas
Uespi lança especialização em História e Cultura Afro e Indígena
Foto: Reproduçãp/GOVPI

A Universidade Estadual do Piauí (Uespi), por meio do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro (Nepa), iniciou o curso de especialização em Literatura, História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena. A formação é direcionada a professores, profissionais da Educação Básica e egressos do ensino superior das redes pública e privada.

A grade curricular contempla disciplinas como História da África, Filosofia Africana, Literatura Afro-Brasileira, Educação Antirracista, Legislação e Ações Afirmativas, Literatura Indígena e Religiões de Matriz Africana. O objetivo é ampliar o ensino dessas temáticas e promover uma educação inclusiva, em conformidade com as Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008.

Segundo a professora Júlia Cunha, secretária do curso, a proposta busca combater o racismo estrutural a partir da valorização das perspectivas de comunidades negras e indígenas. Ela destaca a experiência de 19 anos do Nepa na área e a qualificação do corpo docente, formado em grande parte por doutores da Uespi e de outras universidades, além da participação de representantes quilombolas e indígenas.

“O curso incentiva a produção de artigos científicos e didáticos para que o conhecimento gerado tenha impacto real na educação e na sociedade”, afirmou Júlia, ressaltando parcerias com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

O professor Marcos James, aluno da especialização, relata que a experiência tem transformado sua prática docente. “Desconstruir visões estereotipadas e reconhecer como a educação tradicional marginalizou essas culturas exigiu uma revisão crítica. Pesquisar fontes e acervos nos permitiu compreender a riqueza cultural e a luta anticolonial como ferramenta de resistência e afirmação identitária”, explicou.

A especialização também oferece acesso a bibliotecas físicas e digitais, como o acervo do Nepa e a Coleção África Brasil, além de atividades como seminários, rodas de conversa e debates.


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