O vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se tornou um fenômeno nas redes. Em apenas 24 horas, atingiu a marca de 100 milhões de visualizações. Até esta quarta-feira (7), o número já ultrapassava os 103 milhões.
A gravação foi publicada na terça-feira (6) e denuncia o que Nikolas classificou como “o maior roubo da história”. Com efeitos que o envelhecem digitalmente, o deputado se apresenta como um aposentado, alegoria para representar os milhões de brasileiros que teriam sido lesados por descontos não autorizados.
Nikolas acusa o governo Lula (PT) de omissão e pede que seus seguidores pressionem o Congresso a instalar uma CPI para apurar os descontos indevidos. Ele orienta que os internautas comentem nas redes dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cobrando medidas.
O parlamentar também afirma que o governo deve ressarcir as vítimas, devolvendo os valores cobrados indevidamente. Até o momento, porém, não há definição oficial sobre reembolsos nem a origem dos recursos.
O caso já provoca reação política. Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, divulgou vídeo ao lado da ministra Gleisi Hoffmann, rebatendo as críticas. Segundo ele, a investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) foi iniciada ainda no governo Lula e mira descontos aplicados desde 2019, durante a gestão de Jair Bolsonaro.
A CGU aponta que os descontos associativos ilegais cresceram fortemente nos últimos anos. Em 2023, primeiro ano do governo Lula, o aumento foi de 84%. Em 2024, quase 120%, totalizando R$ 6,3 bilhões cobrados de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.
A operação já levou à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, em maio.