Amplamente utilizado no Brasil e em outros países, o paracetamol é apontado por especialistas como a principal causa de falência hepática em nações como Estados Unidos e Reino Unido — quando utilizado em doses acima do recomendado.
O medicamento, presente em praticamente todas as farmácias e vendido sem receita médica, é um dos mais populares do mundo. Somente nos EUA, são consumidas cerca de 49 mil toneladas por ano, o que representa uma média de 298 comprimidos por pessoa. No Reino Unido, o número gira em torno de 70 comprimidos por pessoa.
Apesar da longa história de uso, ainda existem questões científicas não totalmente esclarecidas sobre o paracetamol, especialmente quanto ao seu mecanismo de ação. Além disso, estudos mostram eficácia limitada para certas condições, como dor lombar, em que o medicamento teria efeito semelhante ao de um placebo.
A facilidade de acesso e a falta de informações claras sobre o limite seguro de consumo são apontadas como fatores que contribuem para casos de overdose acidental. Em resposta à repercussão de uma reportagem da BBC News Brasil, a empresa Kenvue, responsável pelo Tylenol, reforçou que o medicamento tem mais de 60 anos de uso clínico seguro, desde que utilizado conforme as instruções da bula.
“A bula contém limites de dosagem e advertências. O medicamento é seguro e eficaz se usado corretamente”, disse a empresa em nota.
No Brasil, o paracetamol integra a lista nacional de medicamentos essenciais, sendo recomendado para o alívio de dor e febre. Contudo, especialistas alertam para o uso consciente e reforçam a importância de orientação médica, mesmo em medicamentos de venda livre.