Assistir vídeos em velocidade acelerada se tornou um hábito comum, principalmente entre jovens que buscam economizar tempo em aulas, podcasts e conteúdos digitais. No entanto, um novo estudo aponta que essa prática pode afetar negativamente a forma como o cérebro processa, armazena e retém informações.
A pesquisa, feita com estudantes da Califórnia, mostrou que 89% dos participantes assistem aulas online em 1,5x ou 2x da velocidade. Embora o método ajude a ganhar tempo e manter a atenção, os cientistas alertam para os riscos de sobrecarga cognitiva.
O cérebro precisa passar por três etapas para consolidar o aprendizado: codificação, armazenamento e recuperação. Quando a fala é acelerada, o fluxo de informações pode ultrapassar a capacidade da memória de trabalho, dificultando a retenção a longo prazo.
Uma meta-análise com 24 estudos revelou que vídeos assistidos em até 1,5x têm impacto leve na compreensão. Porém, ao chegar em 2x ou mais, o prejuízo à memória pode ser significativo, com quedas de até 17 pontos percentuais no desempenho em testes de retenção.
Entre adultos com mais de 60 anos, o impacto é ainda maior. Já os mais jovens lidam melhor com a velocidade, mas isso não significa que estejam imunes aos efeitos negativos. Segundo os pesquisadores, o cérebro não se adapta totalmente à prática.
A aceleração moderada pode ser útil para revisar conteúdos simples, mas para temas complexos, a recomendação é manter a velocidade normal e respeitar o tempo de assimilação do cérebro. Aprender mais rápido não significa aprender melhor.